Urna Eletrônica

Muita gente acha o máximo o Brasil usar a urna eletrônica, “orgulho de ser tecnologia nacional”, e ri com desdém de países atrasados como os EUA que ainda contam seus votos à mão.

Primeiro: não é tecnologia nacional. No começo da implantação, em 1996, elas foram feitas pela Unisys. Em 1998, pela Procomp – esse sim empresa nacional. Mas nessa época o número de urnas eletrônicas ainda era muito pequeno. Finalmente, em 2000, houve a implantação em todo o território nacional. Essas urnas também foram produzidas pela Procomp – mas ela fora adquirida pela Diebold, uma empresa americana, em 1999.

Segundo: o motivo pelo qual os EUA não usa as UE não é porque eles são otários e atrasados. Impulsionada pelo sucesso das urnas no Brasil em 2000, a Diebold resolver partir para o mercado americano. O primeiro problema foi que as urnas não eram “sofisticadas o suficiente” para os EUA. Adquirindo tecnologia de outras empresas, a Diebold produziu outra versão da urna.

Só que foram descobertas inúmeros bugs e falhas de segurança nas urnas. Elas usavam um sistema de criptografia considerado quebrado desde 1998. A senha administrativa de todas as máquinas eram a mesma: 1-1-1-1. E esses são só alguns exemplos…

Então: o motivo pelo qual os EUA não usa as urnas eletrônicas é a preocupação com a possibilidade de fraudes, inexistente por aqui.

Eu, é claro, não podia me importar menos, só que não suporto gente arrotando opinião sem saber do que está falando.