09 F9 11 […Censurado…] 56 88 C0

O último rebuliço na net foram os pedidos da MPAA e AACS LA para a remoção de uma chave criptográfica que permite a cópia de HD DVD’s (nova geração de DVD’s) de vários sites que a publicavam.

Tal chave é um número, que em base hexadecimal, consiste em 16 pares de 2 dígitos e letras. Ela foi obtida no final do ano passado por um hacker e permitiu a criação de um programa para se copiar HD DVD’s. Com base na DMCA (uma lei americana que considera crime a divulgação de técnicas para evitar mecanismos de proteção de copyright), a MPAA (que já tem um grande histórico em incomodar e processar pessoas) saiu distribuindo avisos de violação do DMCA.

O absurdo da história é eles considerarem um número ilegal. Já aconteceu um rolo parecido com os DVD’s, cuja criptografia também foi quebrada. Só que naquele caso, o que foi “censurado” foi um algoritmo. Dessa vez, é um simples número… (sim, dá para transformar um algoritmo em número, mas essa já é outra história).

E é claro que o pessoal não deixou por menos. O número começou a se espalhar por todos os cantos: o Google dá 1.470.000 resultados para a sua busca; o Digg recebeu várias submissões envolvendo os número que acabaram sendo censuradas (depois voltaram atrás e permitiram, após revolta dos usuários); postaram na Wikipedia, mas os administradores deletaram; já fizeram camisetas com sem ele.

Esse foi um caso clássico do “efeito Streisand“: quando mais tentam censurar alguma coisa, mais ela irá se espalhar. E não dá para entender a insistência das empresas de entretenimento em tentar impedir a pirataria: sempre dão um jeito de piratear tudo. Se você pode ver ou ouvir, você pode gravar, e portanto pode piratear. Não há o que fazer, e todos esses mecanismos de proteção só incomodam os usuários: os legítimos precisam fazer montes de coisas para provar que são legítimos, e quem pirateia consegue assistir / ouvir de qualquer jeito.

Como disse Bruce Shneier, o papa da criptografia [eu quero essa camiseta!]:

Se você tem um aquivo digital – texto, música, vídeo, qualquer coisa – você pode fazer quantas cópias quiser dele e fazer o que quiser com as cópias. Essa é a lei natural do mundo digital (…) O que a indústria de entretenimento está tentando fazer é usar tecnologia para contradizer aquela lei natural. Eles querem um modo prático de fazer com que as cópias sejam difíceis o bastante de se fazer para salvar o seu negócio. Mas eles estão destinados a falhar.

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