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Livros de 2012

Quase três anos atrasado? Shh… 

Machine of Death: A Collection of Stories About People Who Know How They Will Die

Esse livro é baseado na idéia de um comic do Dinosaur Comics: e se existisse uma máquina que te diz como você vai morrer? Não quando, só como: afogado, atropelado, câncer, etc. Aí ele juntou várias pessoas para escrever contos baseado na idéia. Os tipos e qualidade das histórias variam bastante, e isso acaba atrapalhando um pouco. Mas é um livro interessante e divertido.

Big Bang: The Most Important Scientific Discovery of All Time and Why You Need to Know About It (Simon Singh)

Descreve toda a história por trás da descoberta do Big Bang. Absolutamente fantástico, é fascinante ver como cada descoberta foi sendo feita, desde o heliocentrismo, até culminar no Big Bang. E como sempre, é triste ver o quanto essa história é atrapalhada por cientistas cabeças-duras que se recusam a aceitar grandes mudanças na ciência. Isso leva à triste observação que a morte é fundamental para o progresso da ciência:

Death is an essential element in the progress of science, since it takes care of conservative scientists of a previous generation reluctant to let go of an old, fallacious theory and embrace a new and accurate one.

Até Einstein cometeu esse tipo de arrogância, mas felizmente ele eventualmente percebeu seu erro:

To punish me for my contempt for authority, Fate made me an authority myself.

The Birthday of the World and Other Stories (Ursula Le Guin)

A Le Guin está rapidamente se tornando minha autora favorita. Esta é mais uma coleção de contos, a maioria do ciclo Hainish. Os que eu mais gostei:

  • “Coming of Age in Karhide” conta a chegada na puberdade de um jovem de Gethen, o planeta de “The Left Hand of Darkness” onde os humanos são hermafroditas, se tornando homens ou mulheres periodicamente quando entram em “kemmer”. Uma interessante visão desse aspecto da sociedade que não foi abordado em “Darkness”, principalmente pela naturalidade com que o sexo é abordado pela sociedade Getheniana.
  • “The Matter of Seggri”: fascinante história sobre um mundo onde existem 4 mulheres para cada homem. As implicações são exploradas pela Le Guin de sua forma habitual, e tais implicações não são totalmente óbvias. “Their gender imbalance has produced a society in which, as far as I can tell, the men have all the privilege and the women have all the power.”
  • “Unchosen Love” e “Mountain Ways”: estes contos se passam em O, um mundo no qual o casamento envolve 4 pessoas, dois homens e duas mulheres, e cada pessoa se relaciona sexualmente com um casal. É, é complicado, e por causa disso bastante interessante…
  • “Paradises Lost”: uma dos contos mais interessantes que já li. Foi meu primeiro contato com uma história de “generation ship”: uma grande nave enviada a um destino longíquo, cuja viagem demora mais que a duração de uma vida humana. Isso implica que gerações nascem e morrem na nave, sem nunca pisar no planeta de origem ou de destino. (Outra história envolvendo o mesmo conceito, que fui conhecer depois, é a do jogo Analogue: a Hate Story, que recomendo fortemente). Neste conto, inúmeras gerações após o começo da viagem, surge uma facção de pessoas que recusam a acreditar que realmente há um destino, e que eles devem continuar viajando indefinidamente. Isso cria um contraste interessante com as nossas religiões: elas afirmam que a vida tem um propósito, mas não tem evidência nenhuma disso. No conto, é o oposto: eles se recusam a acreditar num propósito da vida, apesar de existir evidência que há, de fato, um certo propósito: chegar no destino.

The Caves of Steel, The Naked Sun, The Robots of Dawn, Robots and Empire (Isaac Asimov)

Após a trilogia da Fundação, fiquei fascinado com os livros de Asimov. Estes, em particular, são uma série basicamente sobre Elijah Baley, um detetive, e R. Daneel, um robô, que acabam tendo que investigar assassinatos. A história se passa num futuro onde a humanidade colonizou alguns planetas, mas os habitates dessas colônias (“Spacers”) acabam se afastando da Terra e vivendo em culturas diferentes, em planetas pouco habitados e com uso extensivo de robôs. Enquanto isso, na  Terra, as cidades viram “cavernas de aço” onde todos vivem dentro de enormes construções, em ambientes controlados e climatizados, e praticamente não saem para “fora”. As histórias seguem a fórmula básica de detetive, mas o cenário futurista deixa tudo mais interessante. O último livro, em particular, faz a ponte (longíqua) entre essas histórias e os livros da Fundação, que se passam milênios depois.

O estilo enxuto de Asimov, para mim, é sempre reconfortante, e serve para dar uma descansada após livros mais densos como os da Le Guin.

As Cidades Invisíveis (Italo Calvino)

Fiquei curioso após ler um comentário de que este livro seria um Kino no Tabi muito melhorado. É num estilo totalmente diferente, porém: ele é escrito como um diálogo entre Marco Polo e o imperador mongol Kublai Khan, onde Polo conta sobre as cidades que visitou em suas viagens. As cidades não são reais, e cada um tem sua peculiaridade. É bem poético, e para ser sincero, eu preciso lê-lo de novo para absorvê-lo melhor (ou: sou burro).

The Word for World is Forest (Ursula K. Le Guin)

Mais um do ciclo Hainish. Uma história de colonização brutal por humanos da Terra de uma planeta habitado por pequenos humanos que costumam sonhar lucidamente, a ponto de considerar o mundo dos sonhos tão importante quanto o mundo real. Bem interessante.

 Among Others (Jo Walton)

Um livro fantástico que descobri por recomendação da Ursula Le Guin (ótimo olho o dela, pois acabou ganhando os prêmios Nebula e Hugo). É meio difícil de descrever, conta a história de uma garota, Morwenna, que estuda em um internato inglês após algum conflito que teve com a mãe cujos detalhes vamos aprendendo indiretamente com o passar da história. Existe um toque de magia, mas não a magia estilo RPG de Harry Potter, mas algo misterioso e sutil. Mas a principal característica do livro é ser uma homenagem à ficção científica, que se dá pelo fato de Morwenna ser uma grande fã do estilo e tecer comentários citando inúmeras obras (muitas que não conhecia e fui adicionando na minha lista de coisas pra ler).

At the Mouth of the River of Bees: Stories (Kij Jonhson)

Outra recomendação da Le Guin, um livro de contos. Comecei com um pé atrás, pois o primeiro conto “26 Monkeys, Also the Abyss” é daqueles que você lê e se pergunta, mas e daí? (Considerando que foi um conto premiado, provavelmente sou burro e não entendi). Mas o resto é bastante criativo e evocativo, e em especial cito o assustador e verdadeiro “Ponies” (uma fábula sobre pressão social, disponível online), o encantador “The Cat Who Walked a Thousand Miles” (só digo que o protagonista é um gato, e disponível online também) e o fantástico “The Man Who Bridged the Mist” (sobre a construção de uma ponte sobre um rio de névoa).

Diálogos Impossíveis (Luis Fernando Verissimo)

Para ser honesto nenhum dos contos me marcou, o que pode significar que minha memória é péssima ou que realmente não são tão bons. O primeiro é mais provável, porque lembro de ter gostado (já sou fã do Verissimo).

Zoo City (Lauren Beukes)

Esse e outros livros que comprei num Humble Bundle, cuja vantagem é me fazer ler coisas novas. Gostei bastante desse, que se passa na África do Sul de um mundo alternativo onde pessoas responsáveis por mortes de outras magicamente “recebem” um animal com o qual elas devem conviver. A história em si é meio mistério / detetive. Pontos adicionais pela protagonista ser uma mulher negra.

59 Seconds: Think a Little, Change a Lot (Richard Wiseman)

Parece meio auto ajuda, mas o livro discorre sobre estudos realmente científicos sobre comportamento humano. Interessante.

 

 

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